domingo, 31 de julho de 2011

Ingênua.

Pouco falava. Não fazia parte de grupinhos. Odiava fofocas. Pouco sabia, tanto das matérias quanto das pessoas. Acreditava em tudo que diziam até que fosse provado o contrário. Não julgava as pessoas, mesmo que fosse julgada por elas.
Era nova nesta escola, faria seu primeiro ano do ensino médio, o auge da puberdade, aos seus 15 anos. Nunca beijou na boca, nem teve melhor amiga.Vive assim, para si. Pouco importa se tem isso ou aquilo, mas não deixa de valorizar as pessoas que a acercam.
Neste dia apesar de todos serem novatos na escola, era visível que muitos já vinham com seus grupinhos formados. Apesar de todo bagunça em uma escola com seu primeiro dia de aula, Jessy já havia encontrado sua sala. Mesmo não conhecendo ninguém por ali, sorria para todos. Era bonita, não bonitona, mas nem era feia. É que não era seu forte chamar atenção. Talvez o que faltasse era desinibição em sua personalidade, mostrar-se mais, sem ter medo ou receio das pessoas ou o que estivesse por vir.
Sentou-se no fundo da sala, para não ser notada talvez. Faltavam ainda 15 minutos para começar a aula. Então ficou ali a observar, como o de costume. Fazia questão de pensar positivo em relação as pessoas dali, como: "Ah, aquela menina parece legal, conversa com todos" ou "Ah, aquela veste-se bem, deve adorar ir ao shopping". Sempre sem malícia. Nada de: "Ah, aquela menina é metida" ou "Aquela ali parece p*t*nh*, atira-se para todos os garotos". Nem mesmo garantia novas amizades.
Bate o sino. Ajeita-se na carteira, estava um pouco ansiosa pra conhecer os novos professores. Ao seu lado, sentou-se um garoto, nem o reparou. Já ele, não parava de encará-la. Primeira aula, matemática. Uma de suas favoritas. Não olhava um segundo para o lado para ver o que estava ao seu redor, mal piscava até olhando para os professores os quais estava fascinada. Achava-os mais inteligentes que havia conhecido. Segunda aula, geografia. Não agradava muito, mas conseguia tirar nota apenas decorando, para ela era suficiente. Não era uma aluna das mais exemplares, pouco estudava, conseguia nota mesmo porque prestava atenção nas aulas, às vezes nem tarefa de casa fazia, só de seus professores favoritos.
Bateu o sino. Intervalo. Que agora no ensino médio não é mais chamado de recreio por acharem que já estão grandinhos. Pouco sabem que ainda terão muito de viver. Ela a menina recatada, Jessy, havia ficado na sala o intervalo todo, ainda não falara com ninguém. Passava as folhas do fichário, como quem não queria nada, lendo por alto o que havia copiado. Decidiu escrever a letra de uma de suas músicas favoritas, The Killers - Read My Mind , essa música parecia falar com ela.
Bateu o sino novamente. Agora todos retornam a sala, banheiro ou bebedouro, rapidamente. O menino que sentara ao seu lado estava por passar pela sala em direção ao banheiro quando a viu olhando compenetravelmente para a porta, um olhar profundo para o vazio, ela não via o que passava pela porta,  parecia procurar algo dentro de sua memória. Já havia terminado a música e estava tentando lembrar o ritmo da última estrofe, que é rápida por sinal. Ele, David, entrou e caminhou em sua direção. Viu a folha com o nome da música e sentou-se em seu lugar. Ela o notou, mas logo voltou-se a olhar em direção a porta. Ele interrompendo-a disse: - Can you read my mind? (Verso que mais se repete na música) Ela entendeu e apenas sorriu. Ele repetiu, ela viu que ele queria uma resposta além de um sorriso, então disse achando tudo aquilo uma graça: - Desculpa, mas não consigo ler sua mente. Ele respondeu: - Uma pena então. Ela o reparou com os olhos meio sem entender, mas não deu bola, outros garotos já haviam flertado com ela antes.
Mas sabe aquela coisa de entregar-se por alguém perdidamente, não, isso nunca a ocorreu. Às vezes até desejava, mas pesando bem, sempre deixava estes pensamentos esvoassarem, e ficava a esperar por esta pessoa ideal. Logo vieram os pensamentos que atordeiam, "Que legal esse garoto, ele conhece minha música favorita, talvez goste de rock também. Mas não, melhor não perguntar. E olha lá, ela já está falando com outras duas garotas e um garoto, não vou ousar interromper." Acabaram os pensamentos já que logo entrou na sala o professor de química. Feio e velho, falava grosso, seu nome parecia um palavrão em outra língua. Kartjanyoh. Ninguém ousava perguntar o motivo deste nome, mas seu apelido era Kart, o que facilitava.
Jessy, adorou-o porque tinha feito pós-graduação em New York, além disso, ele parecia saber de tudo, seu jeito calmo de explicar passava segurança e ela gostava disso. Começou a pensar em engenharia química, mas por poucos instantes.
David já estava impaciente por não ser notado pela garota.

Ela era um exemplo de pessoa. Só não sabia o que seria capaz de tornar-se.

/Incompleto Vick B.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Today.

(...) And all I've became today
is part of yesterday
the things changed
but for me
always is the same

It's just a new day
but for you still the same
I know more than you think

That your love is not enough
for everything I do
and you don't worth so much
so let me close my eyes
may like this I can do my world works

But like I've already said
It's a new day (and that's not sad)
I'll try a new game
so if you wanna something
does not means that's interesting

I feel like I have to go
before it became worse
I don't need your sorry
it's better you go away
because now it's another day!

"My power is the sun, so while the sun is shining I'll be alive to do everything, because is There where the things goes alright!"

/Vick B.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Você tolera, mas também é tolerado!

"Tendência a admitir modos de pensar, de agir e de sentir que diferem dos de um indivíduo ou de grupos determinados, políticos ou religiosos" , essa foi uma das maneiras que o dicionário conseguiu conceituar a maneira obrigatória, que por viver em sociedade, deve-se agir em realção ao outro, já que caso contrário, seria o caos. Tolerância é uma palavra aliada a uma outra, respeito. Apesar disso, têm-se conceitos distintos. Tolerância é aceitar o sujeito ou grupo, que de certa forma você o denomina diferente  por ter costumes e maneiras contrárias a sua ideologia ou cultura.
Viver em sociedade nos obriga a tolerar, mas até que ponto? Pois este sentimento reprimido, guardado por muito tempo, se transforma em uma "Bomba Relógio", podendo a qualquer momento explodir, e sabe-se que o estrago de uma bomba nunca é pequeno. Por isso, sempre há olhares, falas, e até atitudes grotescas ou não, as quais reprime "o outro".
A sociedade ainda está engatinhando em relação a este assunto, mas a força dos que um dia foram reprimidos está aumentando, pois querem fazer parte igualmente da massa, apesar de todo direito, ainda precisam lutar juntos para isso. Conseguiram por agora, em vários países, o grupo dos homossexuais, oficializar o casamento gay, o que já um começo pra quebrar o desrespeito.
Porém, o irônico desta história são as pessoas que não toleram esses costumes e atitudes, que não têm nada de errado, mas toleram políticos corruptos, fome, salário mínimo realmente baixo, "inflações" e precárias condições de instituições estatais, as quais todos pagam e, mesmo assim, não são de boa qualidade. Pessoas que não "lutam" por elas mesmas e "lutam" contra os outros mostrando que, na verdade, ao invés de importarem consigo mesmas, ainda importam com "o outro", ou melhor, com a vida do outro.
É tudo questão de valorização do ego, pensando que aquilo é errado e é contra tal atitude, fazendo-o acreditar que isso afete seu ego, o "quem ele é". Mas não é bem assim, não existem coisas erradas, são apenas pontos de vista diferentes. Lembra daquele "amigo" de classe ou trabalho, chato (considerado por você) ? Então, você o suporta, e não fala nada (e talvez não deva), isso mostra o quão aprendeu a tolerar. Pois assim como aprende-se a andar, não importando a razão, sabendo que apenas é necessário, é assim com a tolerância, sabe-se que é necessário, e não se deve importar com a razão.
Deve-se aprender tolerar, para que não haja "Bombas Relógio" por aí, podendo causar estragos a qualquer um e em qualquer lugar. Afinal, você pode ser o "amigo" chato e apenas tolerável de alguém. São apenas pontos de vista, e o seu não vale mais do que o do outro, porque não existe o certo também.

Não somos diferentes, somos diversos. Assim, não há elevação de um sobre o outro.

/Vick B.